O trabalho remoto era uma tendência que vinha crescendo aos poucos no Brasil. Porém, a pandemia da COVID-19 acelerou o processo e, em poucas semanas, boa parte dos trabalhadores passaram a realizar home office.
O que antes era visto com bons olhos tornou-se um verdadeiro pesadelo. O happy hour, bate papo com colegas e cafezinhos foram substituídos por exaustivas horas em frente ao computador. Como consequência, relatos de pessoas que estão constantemente cansadas e estressadas aumentou consideravelmente, fator que pode levar à Síndrome de Burnout, condição que também aumentou durante a pandemia.
É válido ressaltar que mesmo antes do isolamento social, a Síndrome já afetava cerca de 33 milhões de brasileiros, segundo a Associação Internacional de Gestão do Estresse. Com o objetivo de minimizar esse cenário, reunimos algumas dicas de como evitar essa doença com práticas simples.
O que é a Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio psíquico causado pelos altos níveis de estresse e pelo desequilíbrio emocional. Os principais propulsores são o excesso de trabalho e a rotina desgastante, levando o colaborador ao desgaste físico e emocional.
O distúrbio é frequente entre os workaholics (pessoas que trabalham compulsivamente) e entre profissionais que atuam constantemente sob pressão e que possuem longas jornadas de trabalho, normalmente em ambientes de alta competitividade. Portanto, algumas profissões estão mais suscetíveis à Síndrome, como médicos, policiais, professores, bancários, entre outros.
É importante ressaltar que a doença não está relacionada exclusivamente ao trabalho. Pessoas que possuem jornada dupla, como trabalhar e estudar, também apresentam grande propensão. Vale destacar que muitas mulheres sofrem com a Síndrome justamente por dividirem seu tempo entre o emprego e tarefas domésticas.
Os sintomas são físicos e emocionais, sendo a sensação de exaustão a mais comum. Outros indicadores são: insônia, dificuldade de concentração, sentimento de fracasso, dores musculares, isolamento e alterações repentinas de humor.
No entanto, vale a ressalva: o estresse ocupacional não deve ser confundido com a Síndrome de Burnout. Esse é apenas um sintoma que, em longo prazo, pode levar ao desenvolvimento da doença.
Como evitar a Síndrome de Burnout e o Estresse Ocupacional
Ambas as condições estão relacionadas ao desgaste físico e emocional. Portanto, a melhor forma de evitá-las seria adotando atividades mais saudáveis, tanto física quanto emocional.
Para ajudar você nessa tarefa, separamos algumas dicas que podem deixar sua vida mais leve e proveitosa. Lembrando que, caso se identifique com os sintomas acima, é fundamental procurar ajuda profissional.
01. Crie uma rotina
Quando você trabalhava em um escritório, tinha um horário fixo para entrar e sair, certo? Durante o home office, essa jornada de trabalho deve ser mantida. É comum acabarmos trabalhando por mais tempo quando estamos em casa, mas em longo prazo, pode ser prejudicial para nossa saúde mental. Portanto, estabeleça um horário e organize quais atividades deverão ser desenvolvidas dentro desse período. Evite responder e-mails ou mensagens profissionais após o expediente.
02. Reserve um local para trabalhar
No início, trabalhar na cama ou no sofá, pode parecer uma ótima opção. No entanto, pode prejudicar sua postura e diminuir a produtividade, tendo em vista que o cérebro não conseguirá realizar a distinção entre o ambiente de descanso e trabalho.
Dessa forma, é fundamental escolher um local exclusivo para trabalhar. Além disso, mantenha-o sempre organizado e limpo, evitando o estresse ocupacional por condições materiais.
03. Não abra mão do lazer
Ter momentos de lazer é essencial para descansar o corpo e a mente. Infelizmente, a pandemia nos impede de sair e socializar com os amigos. Porém, existem outras atividades prazerosas que podem ser feitas em casa.
Experimente começar um hobby novo, como jardinagem ou artesanato. Outra alternativa seria descobrir séries e livros novos e, quem sabe, começar aquele projeto pessoal que você nunca colocou em ação.
04. Cobre-se menos
Um dos principais motivos que levam à Síndrome de Burnout e ao Estresse Ocupacional é a autocobrança excessiva, exigindo de si mesmo produtividade e foco constantes. No entanto, existem dias em que você não conseguirá cumprir todas as obrigações – e está tudo bem! Afinal, você é um ser humano e possui suas limitações físicas e emocionais.
05. Meditação
A prática auxilia na redução do nível de cortisol em nosso organismo, hormônio responsável pelo estresse. Durante a atividade, você aprenderá a controlar a respiração e manter o foco no momento presente, o que também contribui para a diminuição da ansiedade.
06. Movimente-se
Com a adoção do home office, naturalmente passamos a nos movimentar menos. Porém, a atividade física é uma grande aliada no combate ao estresse e à ansiedade. Isso porque movimentar o corpo libera endorfina no organismo, o famoso analgésico natural. Além disso, praticar exercícios físicos pode melhorar a produtividade no trabalho.
Para desfrutar desses benefícios não é necessário ir à academia. Separe algum horário do seu dia para realizar atividades que lhe tragam prazer, como correr ao ar livre, dançar ou praticar yoga. O importante é movimentar-se!
07. Alimente-se bem
Uma alimentação correta e balanceada possui inúmeros benefícios, tanto para o aumento da imunidade, quanto para o funcionamento correto dos neurotransmissores do bem- estar, como a dopamina, endorfina, serotonina e oxitocina, também conhecidos como hormônios da felicidade.
Após a leitura, esperamos que você tenha compreendido o que é a Síndrome de Burnout e como evitá-la. Porém, fica aqui nosso lembrete: caso tenha se identificado com algum dos sintomas, procure ajuda profissional.