Gerenciar um empreendimento não é uma tarefa simples, independente do seu porte. O responsável pelo gerenciamento deve estar atento aos vários indicadores e acompanhar de perto todos os relatórios importantes, a fim de monitorar os resultados.
Um bom exemplo de documento que deve ser avaliado com frequência é a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). Com ela, você consegue analisar o cenário financeiro da empresa, avaliar sua performance e tomar decisões mais assertivas.
Porém, apesar da sua importância, muitos empreendedores não sabem como elaborar a DRE e nem como analisá-la. Para ajudar todos aqueles que estão nessa situação, nós escrevemos esse texto. Nele, você aprenderá a desenvolver a Demonstração do Resultado do Exercício da sua empresa.
O que é DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício corresponde a um relatório contábil cujo objetivo é mostrar a posição financeira da empresa em um determinado período. Ele é responsável por detalhar o resultado líquido da empresa, comparando o que foi projetado no orçamento com as receitas e despesas.
Com todas essas informações detalhadas, o empreendedor tem uma visão completa da situação financeira da empresa e consegue tomar decisões com base nos dados apresentados.
Por lei, algumas empresas devem elaborar a DRE anualmente. Porém, para fins administrativos, ela pode ser desenvolvida mensalmente.
Quem precisa elaborar a DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício é obrigatória para as empresas de capital aberto, ou seja, empreendimentos que possuem papéis negociados na Bolsa de Valores. Normalmente, elas precisam publicar a DRE dos últimos 06 meses no Diário Oficial e veículos de comunicação. Assim, os investidores conseguem acompanhar o desempenho da empresa.
Já as empresas que se enquadram na categoria de Sociedades Limitadas (LTDA), não precisam divulgar a DRE no Diário Oficial e veículos de comunicação. Além disso, podem escolher qual será o período avaliado na DRE, não precisando ser necessariamente dos últimos 06 meses, como as empresas de capital aberto. No entanto, é importante ter o documento sempre em mãos para apresentar ao Fisco, em caso de auditoria.
Os outros modelos de empresas não são obrigados a elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício. No entanto, essa pode ser uma ótima ferramenta para a gestão financeira do negócio.
Qual a importância da DRE para a sua empresa
Como explicamos anteriormente, a DRE é uma ferramenta contábil para verificar a saúde financeira da empresa. Isso porque esse relatório permite que você veja detalhadamente todas as despesas pagas e receitas recebidas dentro de um período. Dessa forma, é possível verificar quais foram as despesas mais significativas e a relação entre as receitas e custos do negócio.
Ter esse controle financeiro ajuda o empreendedor a ter uma visão mais realista sobre a empresa, o que consequentemente faz com que as decisões sejam mais assertivas e tenham conhecimento da viabilidade econômica da empresa. Ademais, a DRE também pode ser utilizada para o planejamento estratégico da empresa.
Como fazer a DRE
A DRE possui uma estrutura padrão e deve, obrigatoriamente, conter alguns tópicos. A seguir, conheça o modelo utilizado e o que significa cada um dos termos:
Receita Operacional Bruta |
(-) Deduções e abatimentos |
(=) Receita Operacional Líquida |
(-) Custos das vendas |
(=) Lucro Bruto |
(-) Despesas com vendas |
(-) Despesas Administrativas |
(-) Despesas Financeiras |
(=) Resultado Antes IRPJ CSLL |
(-) Dedução IRPJ e CSLL |
(=) Resultado Líquido |
01. Receita Bruta
Corresponde a tudo que entra no caixa da empresa. Aqui, além de incluir o ganho com as vendas do produto/serviço, também deve-se anotar os ganhos com o recebimento de juros, rendimentos de investimentos financeiros e dividendos
02. Deduções e abatimentos
Representa os descontos feitos sobre a receita. Elas correspondem às devoluções de vendas, aos descontos oferecidos no momento da compra e ao abatimento de impostos que incidem diretamente sobre o preço das mercadorias (ICMS) ou serviços (ISS). Caso sua empresa se enquadre no Simples Nacional, deve-se fazer a subtração do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
03. Receita líquida
A fórmula da receita líquida é: Receita Bruta – (Deduções e Abatimentos + Impostos sobre vendas). Portanto, ela representa o valor exato que a empresa obteve pela venda dos seus produtos ou serviços.
04. Custo das vendas
O Custo de vendas refere-se aos gastos que a empresa tem para viabilizar a fabricação de um produto ou prestação de serviço. Portanto, deve-se incluir custos como: compra de matéria-prima, energia, frete para o fornecedor, entre outros itens.
De acordo com o perfil da empresa, os custos podem ser divididos em 03 categorias: Custo dos Produtos Vendidos (CPV), Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e Custos dos Serviços Prestados (CSP).
05. Lucro Bruto
Corresponde à diferença entre o que foi faturado (receita líquida) e o que foi gasto na produção da mercadoria (CPV) ou prestação de serviço (CSP). Aqui, ainda não fizemos a dedução dos impostos.
06. Despesas com vendas e administrativas
Como o próprio nome sugere, as despesas com vendas são aquelas relacionadas às vendas, como comissões e custos pós-venda. Já as administrativas, também conhecidas como fixas, são os gastos necessários para manter a empresa funcionando, independente das vendas.
Alguns exemplos de despesas fixas são: aluguel, energia elétrica, água, telefone e internet. No entanto, lembre-se de que os custos de produção já foram contabilizados, isso porque eles não são classificados como despesas fixas, pois variam de acordo com a produção e vendas.
07. Despesas financeiras
A Despesas financeiras envolvem os gastos financeiros com juros e multas. Caso você trabalhe com produtos importados, devem-se incluir as variações cambiais.
08. Resultado antes do IRPJ e da CSLL
É o resultado do lucro bruto antes do desconto do IRPJ (Impostos de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Todas as empresas são obrigadas a pagar esses impostos. Porém, as que pertencem ao regime do Simples Nacional pagam antecipadamente, dentro do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
09. Dedução do IRPJ e CSLL
Aqui, é feito o abatimento dos impostos sobre o faturamento, explicados anteriormente, resultando no Lucro Líquido.
10. Lucro líquido
Ao subtrairmos todos os abatimentos do Lucro bruto, chegamos ao Lucro líquido, que representa o verdadeiro desempenho financeiro da empresa. A partir dele, o empreendedor consegue avaliar se, ao final do período analisado, obteve um resultado positivo (lucro) ou negativo (prejuízo). Em alguns casos, é possível que o resultado seja zero; isso significa que o negócio está em ponto de equilíbrio, ou seja, não ganhou e nem perdeu.
Após a leitura, esperamos que você faça a DRE da sua empresa e tome decisões mais assertivas. Conte om tecnologia para fazer o seu DRE de forma rápida, segura e integrada a todas as informações da sua empresa. Para isso, conheça o ERP da Senior.
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