Pular para o conteúdo

Cartão de crédito – o que fazer quando a fatura é maior do que esperava? 

Você recebe a fatura do seu cartão de crédito e se assusta quando vê a soma de todas as compras do mês. Na hora de pagar, o aplicativo do banco te informa que é possível parcelar a fatura, ou pagar somente um valor “mínimo”. Mas por mais tentador que seja essa opção, ela é totalmente desaconselhável. Vem que a gente te explica. 

Antes de mais nada, é preciso enxergar o limite do cartão de crédito como ele realmente é: uma linha de crédito. Pode parecer óbvio – afinal tem “crédito” logo no nome – mas muitas pessoas usam o limite como uma extensão da sua renda. A diferença é que o limite é um crédito pré-aprovado para você usar por 30 dias. Mas se o valor extrapola o planejado e não é possível pagar a fatura, automaticamente você entra no rotativo – um outro tipo de crédito. Mas este tipo você deve evitar a todo custo!  

O valor que entra no rotativo é considerado como “em atraso”. E, por isso, será cobrado com juros e multa. Então, a próxima vez que seu aplicativo mostrar o “valor mínimo” da fatura, não se engane. O valor pode ser mais atrativo no momento, mas depois sai mais caro – literalmente.

Mas quanto será cobrado de juros? 

A porcentagem exata de juros que será cobrada depende do seu banco, mas, em média, as taxas do rotativo variam entre 20% e 25% ao mês. Só para se ter uma ideia do quão caro é pagar essas taxas, vamos a um exemplo: 

Vamos imaginar que você deixou de pagar R$ 800 na sua fatura de Junho. Então, você tem R$ 800 de dívida com o banco no momento. Na sua fatura de Julho, você receberá a cobrança deste valor acrescido de taxas, podendo chegar a R$ 1000. E claro, a somar as parcelas que você teria na fatura de Julho. Dá para perceber o perigo né? 

Não por coincidência, a maioria dos brasileiros endividados aponta o cartão de crédito como principal razão para o endividamento. Afinal, a dívida do rotativo é bem mais cara que qualquer tipo de investimento, e pode chegar a valores absurdos muito rapidamente. 

Mas o que fazer se não consigo pagar a fatura do mês? 

A gente sabe que existem circunstâncias financeiras e pessoais que fogem do nosso controle. E pode acontecer sim (não raro), de uma fatura se tornar fora do alcance mensal.  Então vamos entender alguns cenários. 

O ideal, claro, é sempre pagar a fatura total até a data do vencimento. Esta opção não te cobrará juros, nem multa de atraso. 

Se não for possível pagar o valor total da sua fatura, o melhor é agir antes do vencimento. Com mais tempo para pensar, você pode avaliar melhor todas as suas alternativas. Pode usar parte da sua reserva pessoal de emergência (se tiver) para quitar a fatura ou então escolher as condições do parcelamento. 

Mas qual a diferença entre pagar o valor mínimo e parcelar a fatura? 

Como vimos, se pagar somente o valor mínimo, você entra automaticamente no crédito rotativo – o endividamento mais caro possível com o banco. Totalmente desaconselhável. Já ao parcelamento da fatura também serão acrescidos juros, mas eles são praticamente a metade do juros do rotativo. 

Outra vantagem de se parcelar a fatura é poder definir os valores das parcelas e a data de vencimento. Dessa forma você pode analisar se o valor da parcela realmente cabe dentro do bolso (evitando outros endividamentos), e qual o melhor dia do mês para realizar este pagamento. E não esqueça de calcular também a soma das outras compras parceladas em aberto, pois elas continuarão sendo aplicadas em cada fatura. 

Mas fique atento aos juros e taxas aplicados, pois estes também variam de acordo com a quantidade de parcelas que você escolheu. Seu banco deve deixar estas informações bem claras no momento do parcelamento. 

O que fazer depois de parcelar a fatura? 

Uma vez definidas as parcelas, é muito importante colocar o pagamento delas como prioridade financeira e pagar antes do vencimento. Se houverem atrasos, você entra no rotativo e os juros sobem muito mais. 

Então, aproveite para deixar o cartão de crédito “descansar” por um tempo. Desative o pagamento no mobile (se tiver configurado com o seu cartão) e até cancele os cartões “virtuais” se necessário. Afinal, todos esses alimentam o mesmo lugar: sua fatura. 

Neste período de “detox” do cartão de crédito, nós aconselhamos também uma pequena reflexão financeira. Pergunte-se: o que elevou tanto minha fatura? Com o que estou gastando mais ultimamente? Que mudanças posso fazer para ter mais disciplina financeira? Um limite menor me ajudaria a manter a fatura sob controle? 

O importante é conhecer bem as suas próprias circunstâncias e tomar decisões que te ajudem a alcançar seus objetivos financeiros.