O Open Banking é um modelo de negócios que tem como objetivo simplificar os processos do mercado financeiro. Na prática, ele fará com que as pessoas sejam donas dos seus dados financeiros e possam escolher quando e com quais empresas compartilhá-los.
Com a sua implementação, os usuários terão mais opções de produtos e serviços financeiros à sua disposição e mais controle e liberdade sobre suas finanças. No Brasil, o processo será implementado pelo Banco Central do Brasil (BCB) e deve ser concluído até outubro de 2021.
É importante dizer que o Open Banking já funciona em outros países. O Reino Unido foi o pioneiro e implementou o sistema em 2018; outras nações como Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia também começaram a implementação.
A wiipo separou as principais informações sobre esse novo modelo de negócios; quais as vantagens de utilizá-lo e como ele impactará a sua vida. Continue a leitura para conhecer!
O que é Open Banking?
Segundo o comunicado do Banco Central, o Open Banking consiste no “compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas, a critério de seus clientes, em se tratando de dados a eles relacionados, por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de informação, de forma segura, ágil e conveniente.”
Portanto, o Open Banking é um sistema que permitirá o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras por meio da integração dos seus sistemas. No entanto, para que ocorra esse compartilhamento, o cliente deverá estar ciente e consentir. Assim, se ele solicitar que suas informações sejam compartilhadas, os bancos e prestadores de serviços deverão transmitir seus dados para a outra instituição.
É válido ressaltar que o Open Banking não é um aplicativo que vai permitir o compartilhamento. Como dissemos anteriormente, é um sistema em que os clientes poderão solicitar que suas instituições financeiras compartilhem suas informações. Essa solicitação será feita por meio dos aplicativos já existentes das respectivas instituições.
De acordo com Banco Central do Brasil, a ideia do modelo é promover a concorrência entre instituições financeiras, fazendo com que precisem atrair novos clientes e criar novos produtos e serviços para o usuário.
Quais instituições podem participar?
Por questões de segurança, apenas instituições financeiras que funcionam sob regulação oficial do BC poderão participar. Aquelas que se enquadram na categoria S1 (instituições que possuem ativos totais igual ou superior a 10% do PIB ou que tenham atividade internacional relevante) e categoria S2 (instituições com ativos totais entre 1% e 10% do PIB) serão obrigadas a participar do Open Banking. Essas instituições são os bancos tradicionais que conhecemos, como: Santander, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, entre outros.
Já as outras instituições poderão escolher se desejam participar ou não. Porém, existe uma grande probabilidade de que todas adotem o Open Banking, uma vez que elas terão o direito de receber dados de seus concorrentes e vice e versa. Aqui, fica o adendo de que as instituições que receberem os dados terão um período máximo de 12 meses para acessar as informações. Após esse prazo, o cliente precisará renovar a autorização de compartilhamento.
Quais as vantagens do Open Banking para os usuários?
Até o momento, vimos que esse novo sistema beneficiará as instituições financeiras, pois elas poderão receber os dados dos seus concorrentes. Mas como isso beneficia os usuários? Veja a seguir
Liberdade e autonomia
Com o Open Banking, as informações são do cliente e não da instituição financeira, reduzindo as barreiras para os usuários que desejam contratar serviços de outros bancos. Imagine, por exemplo, que você pretende pedir empréstimo ou financiamento com outra instituição, pois ela oferece juros menores.
No entanto, essa outra instituição não possui informações suficientes para conferir se você é confiável e tem um bom histórico de pagamento, o que diminui as chances de concederem o empréstimo ou financiamento. Como consequência, você ficaria restrito ao banco em que já possui conta e sujeito às suas taxas.
Porém, com o Open Banking, você pode solicitar que o banco envie seu histórico financeiro para outra instituição, conseguindo a liberação do crédito com mais facilidade. Dessa forma, o usuário pode ter acesso a produtos de diferentes empresas e companhias. Exemplo: uma pessoa pode pedir empréstimo a um banco com taxas pequenas; organizar os investimentos em uma instituição com baixa corretagem; e ter o cartão de crédito de uma fintech, que não possui anuidade.
Ampla variedade de serviços disponíveis
Com a liberdade de adquirir produtos e serviços de outras instituições, os bancos e fintechs precisarão encontrar formas de oferecer sempre as melhores oportunidades e experiências para os clientes. Afinal, nada garante que o consumidor vá consumir e utilizar os serviços da instituição onde já possui conta.
Essa mudança vai acirrar a competição entre as empresas e impulsionar o surgimento de novos modelos de negócios. A disputa pela atenção do consumidor resultará em mais opções de serviços e produtos mais baratos.
Open Banking é seguro?
Os dados serão compartilhados apenas se o usuário desejar e ele poderá encerrar o compartilhamento de dados a qualquer momento. Além disso, o Open Banking funcionará sob regulação do Banco Central. Portanto, toda instituição que desejar participar precisará agir de acordo com regras estabelecidas. Caso contrário, o BC poderá aplicar multas, excluir a empresa do Open Banking e, se necessário, decretar a liquidação da instituição
Atualmente, estamos na primeira fase de implementação do Open Banking, em que as instituições financeiras compartilham entre si, sob supervisão do BC, sua cartela de produtos, serviços e taxas disponíveis. A segunda fase, em que o consumidor começa a participar, deverá ter início apenas em julho/2021.
Assim que tivermos mais informações sobre essa nova etapa, voltamos para explicar a vocês! Qualquer dúvida, estamos aqui. 💜